"E ao anjo ela disse:
ante o mistério os meus olhos cerram-se porque na crença
como no amor há a rudeza
e por isso eu quis
que a palavra viesse da boca sôfrega e seca,
que ela fosse proscrita e bela
quis, para ela, o brilho lamacento da pobreza
Assim, escolherei um rosto de ácida doçura
com suas linhas rudes e sua cor morena
Eu canto a cidade negra e branca
incandescente e dura, prometida, sonhada,
inconcedida"
Maria Andresen, O que Move o Silêncio do Cavalo e Anteriores Lugares, Lisboa: Relógio D'Água, 2020, p. 28.
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