"Wilde acreditava que existe no artista uma qualquer fatalidade, e a ideia é mais forte que o homem.
- Há duas espécies de artistas - dizia. - Uns dão respostas e outros fazem perguntas. Precisamos de saber se somos dos que respondem ou dos que interrogam; porque o que interroga nunca é o que responde. Há obras que aguardam e não são durante muito tempo compreendidas porque dão respostas a perguntas que ainda não foram feitas; é frequente a pergunta surgir muitíssimo tempo depois da resposta.
E ainda dizia:
- A alma nasce velha no corpo; o corpo envelhece para rejuvenescê-la. Platão é a juventude de Sócrates."
André Gide, Os Meus Oscar Wilde, trad. Aníbal Fernandes, Lisboa: Sistema Solar, 2020, p. 19.
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