"O passado tornou-se personagem de filme de ação, cabe-nos acreditar nos seus malabarismos. Há tanta pré-história! E agora a doença e a morte. Algumas pessoas desesperam por um Messias participativo. Não temos pressa de morrer, morrer é antigo, a morte não tem conteúdo, pensamos nela, na melhor das hipóteses, como uma linha reta no céu, acima do horizonte, à altura das nuvens. Não tem conteúdo, a linha aérea da morte. Não queremos que o passado caia no esquecimento. Não queremos que o passado caia."
José Gardeazabal, Quarentena - Uma História de Amor, Lisboa: Penguin Random House/Companhia das Letras, 2021, p. 29.
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