"Eu vou onde me ordena a destra do Senhor,
da Carne amaldiçoada a libertar a Alma,
a chamar para o Bem o Homem pecador!
Eu vou introduzir na suavidade calma,
no sossego final da eterna quietação,
o mártir que alcançou a triunfante palma,
e vou levar de Deus a férrea punição
à maldade que afronta e esquece a lei divina,
ao orgulho que solta a voz da negação!...
Se roubo à Natureza a graça que fascina,
se faço estiolar as pétalas das rojas,
se apago da existência a chama purpurina
se tornam tudo em cinza as minhas mãos piedosas,
se esmago e se aniquilo a sórdida Matéria
- é para abrir do Céu as portas luminosas
e o Espírito levar à imensa Glória etérea!..."
Luís de Magalhães, Antologia Poética, selec. José Valle de Figueiredo, Maia: Edição da Câmara Municipal da Maia, 1998, p. 90 [ort. atual.].
No comments:
Post a Comment