"Para mais, a expressão das emoções funerárias, moldada num ritual definido e ostensivo, pode ou não transbordar, ou ignorar as emoções reais provocadas pela morte, ou ainda conceder-lhe um sentido desviado. Assim, a ostentação da dor, própria de certos funerais, destina-se a provar ao morte a aflição dos vivos a fim de garantir a benevolência do defunto. Em certos povos é a alegria que é de bom uso nessas ocasiões: visa mostrar tanto aos vivos como a morto que este é feliz."
Edgar Morin, O Homem e a Morte, trad. João Guerreiro Boto e Adelino dos Santos Rodrigues, Mem Martins: Publicações Europa-América, s.d., p. 27.
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