"As folhas mortas incendeiam-se rápido.
E ardem rápido; num ápice,
passam de alguma coisa a nada.
Meio-dia- O céu está gélido, azul;
debaixo do fogo há terra cinzenta.
Quão rápido tudo se vai, quão rápido o fumo se dissipa.
E, onde havia o monte de folhas,
um vazio que de súbito parece vasto.
Um rapaz espreita do outro lado da estrada.
Fica parado muito tempo, vendo as folhas a arder.
Talvez assim saibamos quando a Terra estiver morta -
irá pegar fogo."
E ardem rápido; num ápice,
passam de alguma coisa a nada.
Meio-dia- O céu está gélido, azul;
debaixo do fogo há terra cinzenta.
Quão rápido tudo se vai, quão rápido o fumo se dissipa.
E, onde havia o monte de folhas,
um vazio que de súbito parece vasto.
Um rapaz espreita do outro lado da estrada.
Fica parado muito tempo, vendo as folhas a arder.
Talvez assim saibamos quando a Terra estiver morta -
irá pegar fogo."
Louise Glück, Uma Vida de Aldeia, trad. Frederico Pedreira, Lisboa: Relógio D'Água, 2021, p. 135.
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