"Impressionou bastante Honour Langtry o facto de se considerar não uma esposa mas uma amante. Ser esposa era claro e seguro. Mas em todas as amantes havia uma aura de encanto e mistério. Contudo, a realidade não correspondia. Os seus encantos eram breves e furtivos; era desconcertante descobrir que passavam o tempo todo a fazer amor sem conseguirem uma forma mais inteligente de comunicação. Não que lhe desagradasse fazer amor ou que achasse uma actividade indigna. Aprendeu rapidamente com ele e era bastante inteligente para adaptar-se e modificar-se de forma a satisfazê-lo sempre sexualmente e a ter também prazer. Mas as pequenas pistas que ele lhe fornecia para chegar ao seu íntimo nunca puderam ser seguidas por falta de tempo.
E depois, um dia, ele fartou-se dela. Disse-lho imediatamente, sem procurar desculpar-se. Do mesmo modo tranquilo, ela aceito o facto, pôs o chapéu e as luvas e saiu da vida dele. Uma pessoa diferente."
Colleen McCullough, Uma Obsessão Indecente, trad. Luísa Feijó, Lisboa: Difel, 2008. p. 81.
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