"- Porque mentes, Aleixo? - Uma voz branda (azul) a ignorar a dor dos braços, um imperceptível movimento das ancas.
- As palavras não são verdadeiras nem falsas. - (São como as árvores, escrevo agora, são como as pedras, são como todas as outras coisas.) Continuo debruçado sobre o sinalzinho preto sem ousar beijá-lo. Não sei se lhe disse, se pensei, se é este caderno que me convida a escrever: as palavras são para as dizermos e por isso é que existem, a verdade e a falsidade não têm nada a ver com elas, fazem parte doutro mundo."
Augusto Abelaira, Bolor, 2.ª ed., Lisboa: Livraria Bertrand, 1970, p. 174.
No comments:
Post a Comment