"«Eu posso salvar-te», disse ela. «Tenh'uma igreja cá no meu coração onde Jesus é Rei.»
Ele debruçou-se na direcção dela, lançando-lhe um olhar irado.
«Eu acredito num tipo novo de Jesus», declarou ele, «Um que nã pode andar a desperdiçar o sangue dele pra redimir as pessoas co'ele porque ele é todo homem e nã tem Deus nenhum dentro dele. A minha igreja é a Igreja sem Cristo!»
Ela aproximou-se dele.
«Uma bastarda pode salvar-se nessa tua igreja?», perguntou.
«Na Igreja sem Cristo nã há bastardos», respondeu ele. Toda a gente é igual. Um bastardo nã ia ser diferente de mais ninguém.»
«Ainda bem», disse ela."
Flannery O'Connor, Sangue Sábio, trad. Nuno Batalha, Lisboa: Cavalo de Ferro, 2007, p. 93.
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