"A partir daqui fica claro - segundo creio - que a nenhum prazer natural da carne se deve designar pecado, nem se deve atribuir culpa naquilo que nos causa prazer, quando se realiza aquilo que necessariamente produz prazer. Se, por exemplo, algum religioso, preso com correntes, é por alguém obrigado a deitar-se entre mulheres, e aquela doçura do leito e o contacto com as mulheres que o rodeiam, o arrastam ao prazer, mas não ao consentimento, quem ousa atribuir culpa a este prazer que a natureza torna inevitável?"
Pedro Abelardo, Conhece-te a ti mesmo, trad. Filipe Gonçalves, Porto: Edições Afrontamento, 2013, p. 85.
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