"Ora se o melhor da alma está no alto da cabeça, como poderá esse tumulto não a perturbar? Lá isso não sei, mas sei que é verdade o que digo. Faz sofrer o seu bocado, quando a oração não é com suspensão (em sendo, nenhuma dor se sente até que ela cesse) mas muito mau seria se por causa dessa dificuldade eu desistisse de tudo. Por isso, não convém perturbar-nos com pensamentos nem fazermos caso deles, porque se os dão demo assim acabarão por passar; e se vêm - como também vêm - da miséria (somada a tantos outros males) em que o pecado de Adão nos deixou, tenhamos paciência e suportemo-lo por amor de Deus."
Santa Teresa de Ávila, "Quartas Moradas", cap. I, in Moradas do Castelo Interior, trad. Manuel de Lucena, Lisboa: Assírio & Alvim, 1988, p. 70.
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