"Fantasmas ténues, que se evolam
Ante o sinal da Santa Cruz,
Andam de canto para canto:
Nos ombros nus trazem um manto
E na mão lívida uma luz.
Tão só, na casa erma e sombria!
Mas ninguém dela tenha pena:
Que assim, assim como quem ama
Nunca anda só, o sonho é a dama
Que traz na sua companhia...
E neste afago de silêncio,
Que a alma inteira lhe serena,
O sonho mais e mais se apura...
Como uma estrela que se incende
No céu, se a noite é mais escura."
Fausto José, "Dona Donzela Senhorinha", in Obra do Poeta Fausto José - Vol. I, Armamar: Edição da Câmara Municipal de Armamar, 1999, p. 259.
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