" - Pois estive para to mandar dizer! - exclamou D. Ana - E as Brancos que tanto o agradecem, filha!
- Ainda está a tempo - observou o magistrado.
D. Eugénia deu uma malha indolente no crochet de que nunca se separava, e murmurou com um suspiro:
- Cada um tem os seus mortos.
E no silêncio que se fez, saiu do canto do canapé outro suspiro da viscondessa, que decerto se recordara do fidalgo de Urigo de la Sierra, e murmurava:
- Cada um tem os seus mortos.
E o digno doutor delegado terminou por dizer igualmente, depois de passar reflectidamente a mão pela calva:
- Cada um tem os seus mortos!"
Eça de Queirós, Os Maias, 12.ª ed, Lisboa: Ulisseia, 2003, p. 132.
No comments:
Post a Comment