"Descompunham-se em raivosas apóstrofes por causa das mantas, que algumas delas monopolizavam com grave escândalo e frialdade das outras. Dos impropérios passaram a vias de facto. Socaram-se, esgadanharam-se, revolveram-se, creio eu, como uma matilha de cadelas, e vieram de encontrão à porta do meu quarto, que não resistiu ao choque, e deixou entrar aquele embrulho indecifrável de gorgonas em fralda de camisa, que me pareciam, à luz mortiça da vela, executarem uma dança macabra, uma mazurca de demónios!"
Camilo Castelo Branco, A Filha do Arcediago, Mem Martins: Publicações Europa-América, 1977, p. 199.
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