"é o tempo da ferrugem que mede o espaço
da contenção,
do mito temperado com o verniz das fogueiras,
da suspensão da fala, do estremecimento
da literatura cordata
desviada da língua
em torrente seguem anaximandro e sebastião
rumo aos cardos electrizados nos silos indecifrados
em busca d'engatilhar o indefinido num porto dizível
na paisagem bramida
nas bandeiras da noite abrumada, imberbe,
estética de uma divagação anoitecida:
o que vem antes e depois do finito, tende a ser infinito"
Luís Filipe Pereira, Elogio da espera [61+43 poemas], Lisboa: Poética Editora, 2022, p. 233.
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