"Menino da mangedoura
não vi a estrela dos magos
mas os pastores me contaram
o teu recado
Venho do tempo da angústia
por caminhos vigiados
olhar o puro contorno
da tua face
Passei o denso limite
dos campos razos
e colhi húmidas flores
escarlates
molhadas do sangue novo
dos mortos por desagravo
à beira dos horizontes
desencontrados
Trago vestígios de lama
e largas nódoas de sal
e o eco solto na treva
de cada frase
Menino, dá-me guarida
porque te quero louvar"
Glória de Sant'Anna, Amaranto - Poesia 1951-1983, Lisboa: INCM, 1988, p. 218.
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