"Atingido,
o aparelho inclinou as grandes asas mortas
e tombou sobre a Terra, adormecido
na grande rigidez das coisas mortas.
Da viagem ao Sol
trouxera uma centelha
que no verde crisol
da pradaria imensa
de novo se inflamou em chama azul-vermelha.
E o vento, sem detença,
levou aos quatro cantos do universo
a cinza que restara.
É que o vento é senhor de uma loucura imensa,
porque o vento não pára.
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Quando a gente perder
do nosso sonho tudo,
venha a chama que despe
os corpos de veludo...
Que venha o vento agreste
e leve o que ficar em seus assomos.
Que nem a cinza reste
daquilo que nós fomos."
Os Poemas de Álvaro Feijó, Castelo Branco: evoramons, 2005, pp. 26-27.
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