"Ao cabo de mil temores
marejadas de incertezas e cansaços,
as mãos deixaram cair
uma pequena mancha
redonda e alambre na tela
para que se acomodasse no centro da noite.
De súbito como se milagre
acenderam-se as margens do rio.
E o luar riscou o negro da água
com inflamados retoques de prata.
Fosse possível pintar assim os dias."
Lídia Borges, Que farei com este azul que me beija, Braga: Poética Edições, 2021, p. 94.
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