"A alma do sonhador, à feição das almas dos crentes e dos místicos, alimentava-se da sua própria crença. Todo o mundo passara dentro dele; e quando a realidade o reclamava, o visionário saía do sonho com o atordoamento de um cego. Entrevista por essas órbitas enevoadas de miragem, a realidade ganhava proporções descomedidas, como sombras enormes provocadas por uma imensa luz obliquante."
Carlos Malheiro Dias, Os Teles de Albergaria, Lisboa: Círculo de Leitores, 1987, p. 111.
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