Wednesday, March 5, 2025

CINZAS

 



"Esta chuva nos consola
do tempo que nos devora.


Devolve o pranto acrescido
de uma esperança na terra
que pisamos e adotamos,
terra em que somos sofridos,
desesperamos e amamos,
perseveramos vivendo
(antes mortos que vividos)
e, bem mais, sobrevivendo.

A chuva nos elabora
perfeita flora de antigo."



Maria Ângela Alvim, Superfície - Toda Poesia, Lisboa: Assírio & Alvim, 2002, p. 105.

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