"As flores sobrepostas ao teu peito,
o lampião com a luz fraca e amarelecida
que tentava enganar as sombras presentes naquele quarto.
Os lençóis brancos, destinados aos nossos suspiros
e a todas as nossas doenças anatomicamente mentais.
As almofadas que nos confinavam à prisão figurativa
do mundo.
O suor do cansaço da vida e da angústia daquilo que nos
ultrapassa.
Os dedos estão frios como a mármore e as árvores neste
inverno.
As flores adquiriram o modo lúgubre do teu peito.
Os teus olhos fecharam Pondero ficar a ver-te dormir.
O mundo acabou!"
Nuno F. Silva, Lunescer, Póvoa de Santa Iria: Lua de Marfim, 2016, p. 61.
No comments:
Post a Comment