"Tinha sido vã esta esperança e o mundo, de novo afundado na pré-criação, de novo afundado no sem-significado, de novo afundado no não-nascido, rodeado pelas montanhas de sombra da sua morte pré-natal, por sobre a qual não havia asas de mortes terrenas que o pudessem elevar, o mundo estendia-se perante ele, o mundo que a beleza perpassava, o que o riso fazia explodir, perdida a linguagem e a comunhão, causa do juramento quebrantado, de que também tinha a culpa; em vez do deus desconhecido, em vez de levar com ele o juramento que conduzia ao dever, tinham vindo aqueles três: os portadores da falta do cumprimento do dever."
Hermann Broch, A Morte de Virgílio, trad. Maria Adélia Silva, Lisboa: Relógio D'Água, 2014, p. 107.
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