"Tudo o que existe, é sombra misteriosa,
Imagens da ilusão,
Longínquas realidades que se alongam
Em sonhos vãos, formando na distância
O esboço do infinito
Cravejado de pedras cintilantes.
Tudo é mistério e sombra em que me vejo
Perdido, a sós comigo, a debater-me
Entre a vida dum sonho e a realidade morta,
Como se eu fosse mais que o sonho e a realidade,
Um outro ser, além de tudo quanto existe...
E pairo em mim suspenso...
Vogo na escuridão, em pleno Caos..."
Teixeira de Pascoaes, "Cânticos", in Londres. Cantos Indecisos. Cânticos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2002, p. 71.
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