"No séc. XIII, o Castelo parece ter sofrido um deliberado incêndio destruidor, ateado pelo próprio alcaide, D. rodrigo Gonçalves Pereira, ultrajado na sua honra por um frade de Bouro que ele teria surpreendido em flagrante delito com sua mulher, D. Inês Sanchez. O alcaide, sobrevindo, mandou trancar as portas do castelo e ordenou que lhe chegassem o fogo - e, com inflexível crueza, sacrificou e reduziu a torresmos não só o frade e a mulher adúltera, mas todos os homens e mulheres, servos e parentes, novos e velhos, que dentro se encontravam. «Alguns perguntaram-lhe (diz o Conde D. Pedro de Barcelos, que relata o cas) por que razão fizera essa total cremação e o alcaide teria respondido que aquela maldade havia já 17 dias que se cometia e que não podia ser que tanto durasse sem que essas criaturas não entendessem alguma coisa em que pusessem suspeita - a qual suspeita deviam descobrir.» Passado pouco tempo, o alcaide casou com D. Sanchez Henriques Portocarrero. Um dos seus descendentes, por esse casamento, foi D. Gonçalves Pereira, arcebispo de Braga e avô do Condestável D. Nuno."
Sant'Anna Dionísio, Guia de Portugal, 4.º volume, Tomo II, 3.ª ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996, pp. 857-858.
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