"A noite de Natal. Em meu país, agora,
o que não vai até romper o dia, a aurora!
As mesas de jantar na cidade e na aldeia
à luz das velas, ou à luz duma candeia,
entre risadas de crianças e cristais
(de que me chegam até mim só ais, só ais!).
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
pondo de parte ódios, torturas, aflições,
que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
são todas em redor de uma toalha de linho!"
António Nobre, publ. A Águia, julho de 1911, in António Salvado, Anunciação e Natal na Poesia Portuguesa, Lisboa: Editorial Polis, s.d., p. 155.
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