"Desenganos do passado,
Não servireis ao porvir?
Sempre a perder ilusões,
Sempre ilusões a sentir!
Não mais, não mais; nesta vida
Ainda esperar é loucura.
Sofrer: eis o destino!
Sonhar: eis toda a ventura!
Soframos, pois... Não, sonhemos,
Criando mundos ideais,
E com mentidos prazeres,
Curemos penas reais.
Ilusões, sede bem-vindas,
Povoai-me o pensamento:
Convosco, sim, a ventura
Se goza por um momento."
Júlio Dinis, Poesias, Lisboa: Círculo de Leitores, 1992, p. 106.
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