"Um movimento de incerteza move a alma:
posição ou velocidade, a voz as perde
por excessiva luz, ou porque é branda
a existência. Não pode ser predito
o movimento e mesmo o seu repouso
parece errar à morte, por decaimento.
Sobram os vestígios, as auras e os rastros,
sistemas de ilusão. Memórias que desviam
então todo o fulgor, aparecendo o mundo
sob o poder do tempo, cego de experiências.
Mas há conhecimento quando por exactidão
o exterior da terra visita a pedra oculta."
Carlos Poças Falcão, "Movimento e Repouso", in Arte Nenhuma, Língua Morta/Livraria Snob, 2020, p. 219.
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