"A corte dos celestes moradores
Da virtude da cruz hoje se espante,
Que entra uma pecadora triunfante
A dar posse da gloria a pecadores.
Quem das lagrimas fez conquistadores,
Bandeiras da vitoria no ceo plante;
E a gozar dos tesoures se levante,
De que os pés de Jesus foram penhores.
Dele tira o remedio eficaz,
Que o ceo, a terra, a vida, a morte, a culpa,
Abre, apura, reforma, vence, apaga.
Alquimia, que da ofensa fez desculpa,
Diluvio, em que se salva quem se alaga,
São milagres de amor, que só Deos faz."
Frei Agostinho da Cruz, Sonetos e Elegias, ed. António Gil Rafael, Lisboa: Hiena Editora, 1994, p. 142.
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