"A cada rangido da porta, Mark-Alem estremecia até à medula dos ossos.
- Os sonhos do primeiro período de servidão... - disse o arquivista apontando para as estantes correspondentes -, ou, como também se lhes chama, os sonhos da primeira servidão, a fim de os distinguir dos sonhos posteriores, ou seja, do cativeiro profundo. De facto, são muito diferentes uns dos outros. É tal qual como os primeiros amores, que diferem dos seguintes. E daqui até ao fundo desta sala são classificadas as pastas dos grandes delírios."
Ismaïl Kadaré, O Palácio dos Sonhos, trad. Gemeniano Cascais Franco, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992, p. 122.
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