"Pobre língua que se multiplica,
numa sedição de fantasmas,
sobre a paralisada luz da morte.
Pela desordem dos seus canais
ascende-se a uma região brilhante,
banhada no número frágil dos mortos,
não-mundo do sonho e da regra,
dos corpos-memória, sucedendo-se
nos usos e hábitos da perversão.
na metamorfose mais violenta.
Mundo delegado, vida procurada.
Infinito de pessoas em que sucumbe
e com quem partilha a retórica
de espelhos, na qual se perde e agita em vão
a harmonia do ser e a verdade do mundo."
Paulo Teixeira, "A Região Brilhante", in O Último Poeta Romano, Lisboa: Imprensa Nacional, 2020, p. 99.
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