"Não te gastes
a procurar o sentido das coisas,
dá melhor uso ao tempo,
cultiva feijões e ervilhas,
pinta as paredes da casa,
lava tapetes e cortinas,
muda as lâmpadas dos candeeiros às escuras,
se souberes tricota cachecóis, meias de lã,
vem sempre o Inverno,
de resto, amamos o que amamos
e por sorte ou não mais do que acaso,
até ao ocaso disto, somos correspondidos."
Raquel Serejo Martins, Subúrbios de Veneza, Braga: Poética Editora, 2017, p. 10.
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