"Em papel de embrulho queimado,
a terra toda em volta gira
pelas galáxias brancas do pescador.
Espaço de cinzas. Entra pela janela.
Lua sobre o campo de restolho brilha.
Na fonte de água funda corre. A água.
Cai dos dentes a escuridão da última palavra.
Não chega, mudez, o som do eco investindo
pelas aberturas de entrada no papel.
Partir, presa por um fio a luz do mundo.
Não mais estremecer em vida
nesta solidão rasgada em palavras."
Paulo Teixeira, "A Região Brilhante", in O Último Poeta Romano, Lisboa: Imprensa Nacional, 2020, p. 117.
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