"Ai, eu te digo que a noite é inútil
para o instante que me contém
- só vejo as estrelas que se desfazem
pelo céu adeante.
E aí, eu te digo que as longas palavras
me são todas distantes
- só escuto o silêncio que por elas fica
pela vida adeante.
Estrelas e silêncios é o que me detém
ainda um momento
por isso te pareço já tão ausente
em qualquer tempo.
Dá-me a tua mão - e saberás
qual é a harmonia
que me destrói e me refaz
na exacta medida."
Glória de Sant'Anna, "32 Poemas de Intervalo", in Amaranto - Poesia 1951-1983, Lisboa: INCM, 1988, p. 191.
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