"Vamos pela vida dentro dizendo umas palavras e nada, e mesmo que encontrássemos as rigorosamente justas e que jamais levantassem suspeita sobre o que querem de facto dizer, o que poderíamos viver nelas, dizendo-as? Nada na mesma. As palavras dizem o que dizem com o falso e o verdadeiro que têm dentro, e é bom viver com elas assim para lhes cozinharmos o gosto, sofrendo muitas vezes com a fritura delas, os frios que apanham, as navegações, mas nada, sempre nada, ou coisa pouca. Felicidade... e depois?"
Abel Neves, Sentimental, Porto: Edições Asa, 1999, p. 67.
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