"A água é funda, a água é funda.
Não tem destino que se pressinta.
(O que nos liga são as nossas mágoas
e nossas iras.)
A água é grave, a água é grave.
Não há remorso que a dilacere.
(O que nos liga são nossa fome
e nossa espera.)
A água é pura, a água é pura.
Não há segredo que a deteriore.
(O que nos liga são nossas ilhas
e nossos mortos.)
Glória de Sant'Anna, "Poemas do Tempo Agreste", in Amaranto - Poesia 1951-1983, Lisboa: INCM, 1988, p. 110.
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