"A alma de Leonor assusta e atrai.
Quere apertá-la a si, adivinhá-la. Já, apaixonadamente, doentiamente, seus sentidos gastos ardem numa estorcida volúpia de desvairo para o mistério vivo daquele corpo tão belo - flor de alma tão má; e, num desvario, sua boca em febre cola-se, esquece-se, perde-se na boca de Leonor, incendiando-se toda num turbilhão de desejos agrestes e líricos. Ela era uma deusa ignota, tenebrosa e bela, emboscada numa floresta de árvores perfumadas e de ventos musicais, a quem, em delírio, se sacrifica amor gostoso e doloroso!"
Antero de Figueiredo, Leonor Teles, "Flor de Altura", 8.ª ed., Lisboa: Livraria Bertrand, s.d., p. 220.
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