"Pelo outono arrepia-se nas árvores
o tronco aberto ao declínio
- são os mortos que brincam com as aves
sem que elas saibam que aquele regozijo
arrima a tarde
a uma região clara de espírito.
Nós, ignoramos porque os pios trazem
a certeza de se haver partido
o limpo cristal da margem
- é que um quintal de trinos,
por onde os mortos brincam com as aves,
espreita para trás do paraíso."
Fernando Echevarría, "Sobre os Mortos", in Poesia, 1987-1991, Porto: Afrontamento, p. 159.
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