"Quem se entrega à solidão
Em breve, ai!, ficará só;
Todos vivem, todos amam,
E abandonam-no sem dó.
Deixem-me com a minha dor!
E se uma vez só ficar
Na mais funda solidão,
Não estarei sozinho então.
Vem o amante de mansinho, escutando
Se está só o seu amor?
Assim, dia e noite, me vem rondando
A mim, solitário, a dor.
A mim, sozinho, o tormento.
Só quando chegue o momento
Da solidão tumular
É que ela me irá deixar!"
J. W. Goethe, Poesia, trad. João Barrento, Lisboa: Círculo de Leitores, 1993, p. 110.
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