" Em outra ocasião,
em outras peregrinações que farei mais tarde com Alisubbo, aproximar-me-ei deste Recolhimento por mar; são paragens enrodilhadas em múltiplos caminhos e há cemitérios entre laranjais que falarão de nossa passagem; tínhamos perdido o sentido dos mortos,
segundo os outros homens,
e só víamos as suas obras levantadas entre nós; será essa uma época exaltante, quer chova ou permaneça absorto o homem;
o habitante do sótão não deixará sua pátria de imobilidade embora no seu âmbito haja sempre um fluxo e refluxo de movimento; dir-me-á, finalmente, o pássaro que é um homem de Estado expulso do seu território e condenado a desaparecer por consciente assassinato perpetrado pela generalidade de suas leis; seu espaço será, depois, uma nova reclusão a que devereis procurar acesso também por mar;"
Maria Gabriela Llansol, Na Casa de Julho e Agosto, Lisboa: Relógio D'Água, 2003, pp. 62-63.
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