"Não respondeu a criatura divina. Ia cogitativa em qualquer enleio, que lhe realçava a beleza. O aspeito do moço, digamo-lo assim, dava ares dos santos que nós temos vistos nos dramas sacros e nas cenas da glória final a subirem ao céu, rodeados de anjos. E, fora dos dramas sacros, a gente vê também às vezes caras semelhantes à dele nos parvos felizes, nas almas eleitas que se engolfam num oceano de iriadas visões de quimeras, como o sonho de um turco opiado. São caras, para assim dizer, comum de três: de santos de teatro em glória; de parvos felizes; de turcos opiados."
Camilo Castelo Branco, O Santo da Montanha, Lisboa: Companhia Editora de Publicações Ilustradas, s.d., p. 79 [ort. at.]
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