Friday, August 25, 2023

PARADEISO

 


"Os antigos gregos separavam os seus níveis dividindo a escrita em duas categorias: mythos era reservado para as coisas como as histórias dos deuses. Embora essas histórias pudessem conter distorções e mentiras, havia também uma verdade mais alta a respeito da natureza e da existência do homem. Logos, por seu lado, relacionava-se com as realidades externas e os factos verificáveis. Confunda-se as duas e fica-se em grandes sarilhos, a dar voltas num estuário sul-americano à procura do paraíso, ou especado diante dos Portões de Pérola na esperança de que o paraíso contenha coisas tão mundanas como bonitas ninfetas. No paraíso, tudo é perpetuamente renovado: todas as acções são beatíficas, recuperando eternamente essa experiência da primeira vez."

Kevin Rushby, Paraíso, trad. Mário Dias Correia, Matosinhos: QuidNovi, 2007, p. 258. 

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