"O excesso, mesmo enquanto superação de um limite e de um confim, é decerto mais desestabilizador. De resto, qualquer acção, obra ou indivíduo excessivo quer pôr em causa uma ordem qualquer, talvez destruí-la, ou construir outra nova. E, por outro lado, qualquer sociedade ou sistema de ideias acusa de excesso aquele que não pode nem quer absorver. Toda a ordem produz um auto-isolamento e define, banindo-o, todo o excesso. O inimigo torna-se inimigo cultural, «bárbaro», grande invenção da civilização clássica."
Omar Calabrese, A Idade Neobarroca, trad. Carmen de Carvalho e Artur Morão, Lisboa: Edições 70, 1988, p. 72.
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