"Bem-Aventurados os do Sono Profundo.
Na vigília os perdemos, sob a luz nos dissipamos
nossas forças abrem feridas pelo choque das vontades
em fuga e labirinto vão os túneis enredados
no que o tempo faz brilhar e o mesmo tempo apaga.
Sob estas galerias as ciências tumultuam
e povos confusos, a golpes, por rupturas
de cornos desejantes seguem os deuses mutantes.
Bem-aventurados os do Sono Profundo.
Mas em nós os primogénitos são mortos à nascença
perseguidos pelo rei que perverte o nosso peito.
E com velhos crimes começamos novos tempos."
Carlos Poças Falcão, A Nuvem, Guimarães: Pedra Formosa, 2000, p. 47.
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