"Convém, com efeito, distinguir entre a beleza do ideal e o sublime. No ideal, a interioridade penetra de de tal modo a realidade, que há, entre uma e outra, perfeita correspondência na qual reside, precisamente, a razão da sua interpenetração. No sublime, pelo contrário, o exterior em que a substância está incarnada, tem um lugar inferior, desempenha um papel subordinado à substância; esta inferioridade e subordinação são a única condição requerida para que Deus, desprovido de forma e cuja essência não permite que se exprima em nada de profano e de finito, possa encontrar uma expressão visível numa obra de arte. No sublime, a significação aparece em primeiro plano e é tal a sua independência que todo o exterior fica, perante ela, num estado de total subordinação, entendendo por isto que, em vez de implicar e revelar o interior, só o representa ultrapassando-o."
Hegel, Estética - A Arte Simbólica, trad. Orlando Vitorino, 2.ª ed., Lisboa: Guimarães Editores, 1970, p. 132.
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