"O que ouço não é meu,
o que é meu não é daqui,
o que sinto faz-me ser,
ergue-me d'um chão morto.
O que escuto ignoro,
o que almejo não alcanço,
sou apenas este centro
de tronos sonoros,
nexo entre a matéria
e a figura, carência
de em ti vir a ser
possibilidade absoluta."
Ana Marques Gastão, Adornos, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2011, p. 49.
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