"O poeta não se submete, é uma raiz
A pressentir o coágulo a penetrar
no cérebro, sempre que a treva alastra.
O poeta olha fixamente para trás
e para a frente, sobre as imagens
evolui para que a sua sede
se estenda como uma particularidade
grave, um ferro a atravessá-lo,
a beleza cerrada, um último
predomínio do que, humanamente,
é conciliável com o irreconciliável.
Porque o poeta ama e odeia, em simultâneo,
no poema."
Amadeu Baptista, Atlas das Circunstâncias, Póvoa de Santa Iria: Lua de Marfim, 2012, p. 28.
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