"A cor verde-urtiga daquela permanente de criada camponesa não pretende, com certeza, conferir a devida dignidade àquele seu silêncio e àquela ofendida solidão de santa. E, de facto, as velhas da casa olham-na preocupadas e suspirantes: cúmplices entre si, e unidas por aquela espécie de desgraça, ou melhor, de fatalidade, perante a qual são impotentes.
Mas Emilia, absorta algures, com os olhos foscos que nada olham, come, com lentas colheradas, a comida verde da sua escandalosa penitência."
Pier Paolo Pasolini, Teorema, trad. Ana Tanque, Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2005, p. 104.
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