"Para que além dos séculos despontes,
Senhor das nossas vidas e destino,
Subo aos eirados e, saudoso, inclino
Meus olhos pelos vagos horizontes:
E sigo por desertos e altos montes
Os passos dum incerto peregrino...
À tarde, pelo assomo vespertino,
Segredam tua ausência ignotas fontes!
Ó Rei! Sol da claríssima pureza,
Senhor da nossa Fé, - vem alumiar
Com teus olhos a terra portuguesa!
Por ti, as ondas quebram, a chorar,
Dos sinos, à noitinha, tombam ais,
E marulham saudades os pinhais!"
Mário Beirão, Lusitânia, 2ª. ed., Porto: Livraria Tavares Martins, 1964, p. 98.
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