"Terra: se um dia lhe tocares
o corpo adormecido,
põe folhas verdes onde pões silêncio,
sê leve para quem o foi comigo.
Dá-lhe o meu cabelo para o sonho,
e deixa as minhas mãos para tecer
a mágoa infinita das raízes
que no seu corpo um dia hão-de beber."
Eugénio de Andrade, As mãos e os frutos, 20ª ed., Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2004, p. 47.
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