“Procurei Deus de dia e de noite com sinceridade e paciência
Procurei o seu nome nas páginas da lista telefónica
E nos meus sonhos de mergulhador nadei atrás dele
por águas mansas e águas revoltas
E nas grandes precipitações de água corri atrás dele contra a corrente
como um salmão louco
E procurei-O na ausência daqueles que amei
E nos defeitos das minhas mansidões para com eles
E fui atrás dEle por pequenas cidades sujas
E procurei a sua fotografia todas as manhãs nos jornais
entre os assassinos, os palhaços, os inventores e os sábios inúteis
Amei no riso aromático das raparigas o Seu riso
E no olhar do meu próximo quis adivinhar as suas intenções para comigo
E encontrei morte em todos os lados, morte e morte
Mas procurar é o que importa”
Eduardo Escobar, in Um País que Sonha – cem anos de poesia colombiana (1865-1965), selec. Lauren Mendinueta, trad. Nuno Júdice, Lisboa: Assírio & Alvim, 2012, p. 230.
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